segunda-feira, 7 de maio de 2012

A magia de ser eu mesmo



No café da manhã engole a sua infinidade e caminha carregando o peso de estar preso em si mesmo. Caminha atentando os detalhes, procurando uma companhia. Não corresponde ao comum, não se encaixa. Sorri um sorriso que as pessoas não conseguem devolver, deseja um bom dia que as pessoas não conseguem entender. Está sempre quieto, tranquilo, praticamente alheio. Está tão sozinho por fora. Mas à noitinha ele tranca a porta e a magia acontece. Ele cospe a intensidade guardada e se veste dela mesma. Assiste a vida passar lá fora como se não fizesse parte dela. A vida dele está toda do lado de dentro. Tem amigos imaginários, paredes terapeutas e almofadas que conseguem abraçar. Faz poesias enquanto cozinha e consegue enxergar a cor dos sentimentos. Tem uma alma toda colorida - em tons pastéis. Ele brinca, canta, sorri, dança, desenha, chora, perdoa, fotografa, se faz companhia, se admira. Ele se liberta. Até que ele cansa (a intensidade o deixa exausto). Então ele dorme cansado de existir. Adormece com um sorrisinho de quem não está sozinho. Até a manhã seguinte, quando ele acorda.

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