sábado, 8 de dezembro de 2012

Cena Final

Pela primeira vez subiu a escada com passos alados - uma dança bem leve. Leve como se sente pela primeira vez por estar perto de si. Por completar-se, e ter finalmente percebido isso. Finalmente. É... Certamente essa seria a cena final do filme. Um caminhar altaneiro, o coração sintonizado com o próprio. Então aquele sutil caminhar ritmado, mais do que com a música que ouve, com o coração que sente e vive. Gratidão pelo que a vida tem trazido de bom e ruim, mas tem trazido. Gratidão pelas dores que tem dado a real dimensão do valor das alegrias. Gratidão pela vida e saúde, sua e dos seus queridos. Gratidão pelo que não deu certo, e pelo que deu. Gratidão, gratidão. Gratidão. Sozinha. Sim, sozinha. Aprendendo como nunca, amando como sempre. Coração aberto, para as pessoas, o carinho, as verdades. Aprendendo/ensinando a simplicidade do amor puro, sincero. Verdadeiro. Quanto amor pela verdade. O sentimento de fim: valeu à pena. O sentimento de começo: sempre valerá.

“Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida.”

-James Joyce- (Clarice Lispector - Perto do Coração Selvagem)

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