quinta-feira, 26 de abril de 2012

O que procuras?

O que procuras? O que vieste fazer aqui hoje? Procuras romances? Sonho? Verdade? Procuras a mim? Ou a ti? Queres que eu te dê voz? Que escreva por ti? Que diga o que não tem coragem? Ou não sabe? Ou não acreditas? Ou não podes mais? Queres zombar? Queres me diminuir? Ou te diminuíres? Queres que eu escreva o que queres ler? Queres o meu romantismo? Ou meu realismo? Queres duvidar de que seja possível? Ou queres acreditar que seja? Queres os meus olhos? Ou os seus? Pois afirmo que não encontrarás aqui nada além de ti mesmo. É teu olhar no meu que fará destas letras algo de bom – ou ruim. Se vieres com amargura vais sair daqui acreditando ser tudo uma grande ilusão de um coração romântico bobo demais. Se vieres com esperança vais sair daqui acreditando que é possível fazer tudo ou alguma coisa valer à pena. Se vieres não desejando nada, é com nada que vais sair. Vais entender então, um dia, que é teu olhar que faz o teu mundo. Que amas o que é teu em outro, e a recíproca vale para o ódio. Não é o que está diante de ti, mas o que procuras. A propósito, o que procuras?

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