-Não sei por que você me ama!
Devo dizer que perdi a conta de quantas vezes ouvi essa frase. E fico em meus pensamentos tentando entender se pertenço a uma raça superior por realmente conseguir amar pessoas que “teoricamente” não mereciam meu amor. E alguém merece?! Asseguro, hoje, sem medo: o amor que eu expresso não vem de mim. Não resistiria. Não seria tão altruísta, abnegado e puro. É um amor que eu recebo e, por transferência, sem o mínimo esforço, mas algumas vezes mais intensamente, por escolha, passo adiante. Isso explica a naturalidade com que meus sentimentos, e escolhas, se apresentam, derramam, exalam. Está decretado: eu amo! Amo bem simples porque é assim o amor que recebo. É isso que o amor é para mim. Simplicidade. Tranqüilidade. Paz. Nada. Ninguém, nem situação alguma podem tirar a simplicidade do amor, a não ser que permita. E não permita!!! Por mais novo que possa ser o carinho destilado pelos sentimentos verdadeiros expressos. Amor é deliciosamente puro e natural. Amor não pede nada. Não espera reciprocidade, embora possa desejar. Ele é lindo, ainda que sozinho. Porque ele é completo. Não precisa de uma cara metade, não precisa de outro para completá-lo. Amor é inteiro. E o amor que sinto, independe de pessoa, distância, ações, escolhas ou tempo. E só eu sei por quê.
sábado, 17 de dezembro de 2011
Solidão
Naquele dia a solidão me abraçou outra vez. Desta vez mais abusada. Abraçou-me, atrevida, em meio de todos eles. Eu falava e disfarçava, mas ela já espreitava prometendo que não me deixaria. E não me deixou. Irônica. Nos seus braços, mais uma vez compreendi o quanto é bondosa em não me deixar esquecer. É a solidão que me ensina que não posso ser metade, preciso ser inteiro. É ela que me livra, ao prender-me a mim, ensinando-me a aceitar esta condição de liberdade absoluta. É ela que me faz independente. Leve impressão de que ela me deu um tempo e vai lentamente afastando-se, despedindo-se com o toque em minhas mãos. Em seus olhos, a sempre certeza irônica de que, não importa onde, como ou com quem esteja, ela sempre voltará para mim.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Decisão
Faz alguns dias ele resolveu aceitar a companhia, a amizade e o carinho. Resolveu aceitar que passado a gente não esquece, mas presente a gente é que escolhe. Ele entendeu que problema que a gente inventa é a gente que resolve. E ele resolveu. Assumiu o afeto escondido (pois amor não se esconde, irremediavelmente). E decidiu aceitar. Depois de muito pensar ele decidiu dar uma chance a isso. E a ele,principalmente. Arrumou o coração e permitiu os prós de uma companhia, a despeito dos contras. É o preço do amor e ele resolveu pagar. Aceitou o sono compartilhado, aceitou as dificuldades e as delícias da companhia constante, aceitou dividir os planos, o cansaço e outras coisinhas. Amor quando acontece é assim: sem desculpas. Ele entendeu que alegria pode ser escolha e não sorte. E que quando a gente não encontra paz em alguém a gente se faz a paz de alguém. Ele descobriu que a gente pode ser o lugar de repouso que tanto procura. E ele anda todo feliz desde o dia que escolheu que assim seria! Ele aceitou, resolveu, decidiu: ia ser amado. E ponto final.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Teimosia
Em um silêncio maior de todos os tempos, reconheço-me e passo a aceitar o que é necessário de mim. Há toda uma leveza em meu olhar por agora entender o tudo que os outros podem me doar. É menos do que eu esperava, mas é tudo que eles podem. A mim só cabe escolher entre renegar ou aceitar a parte que me cabe. Corro agora trás do meu sorriso, o que se perdeu antes desta descoberta. Aquele que não esperava nada, porque não precisava. Agora quero de volta para ensinar que deve permanecer ‘apesar de’, e assim será muito bom para todos nós. Ainda bastante perplexo com as loucuras que tem acontecido com meus dias e meus amores, coloco-me em resignação absoluta de quem não pode modificar o futuro, mas tem algum poder de mudar o presente, como sempre é possível através das escolhas. Minha escolha é honrar minha existência com a revolta no espírito que me conduz a teimar e ser diferente do que me é imposto. Teimosia sempre foi meu maior defeito/qualidade. Sempre foi o que me fez errar, mas o que me fez acertar. Sempre paguei alto por insistir em ser assim. Mas não poderia ter acertado jamais se não consentisse em errar outras vezes. Tento ser generoso não por bondade, mas por teimosia. Se o óbvio é me tornar frio e cínico depois de traído pela vida, teimo e decido oferecer aos outros o que não ofereceram para mim. Nada de beneficência, teimosia pura. Teimar não é meu. Sou eu. Vou teimar com quem cruzar meu caminho, e procurar viver uma relação diferente e sempre fugir do que é previsível. Não é desprendimento, é teimosia. Foi por teimosia que eu disse que ninguém tiraria meus sonhos. Não foi persistência, foi teimosia. E teimo e insisto em acreditar, sabendo que vou e posso me decepcionar. E se isso acontecer, teimo em esquecer e esqueço. Sempre foi assim.
Aqui comigo
Vem, pode vir. Chega mais perto. Senta aqui. Aqui comigo. Prometo o silêncio, se melhor for. As palavras, se as desejares. Deixa realizar meu desejo de cuidar de você. Não é altruísmo, embora possa disfarçar-se disso. Sei lá... Pode até ser um egoísmo pequeno. Ou grande. Porque cuidar de você faz eu ficar tão bem. Então disfarçado de altruísmo fica perfeito pra nós dois. Melhor assim. Se isso for algum egoísmo, imagino que ser egoísta pode fazer bem. Então como seria um contraste, cria outro nome pra isso. Chama como você quiser, eu desejar cuidar de você por amor a mim e beneficiá-la com isso também. Não chama de egoísmo, nem de altruísmo. Melhor: não chama. Mas vem.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Primeira Pessoa
Eu estou silêncio. Ando em profunda quietude. Desconstruindo os impossíveis, reaprendendo o possível. De poesia tenho o pão quentinho que alivia o cansaço do dia e me faz divagar que sempre há algo bom, pequeno ou grande. Eu estou ausência. Ando em profundo segredo. Permito-me a poucos. Eu estou resignação. Ando em profunda humildade. Aceito da vida a incerteza dos dias e respiro a esperança de amar sempre melhor daqui a alguns minutos. Eu estou repouso. Ando em profunda calmaria. Mergulhado lá no fundo da alma. Quieto, admiro os fatos surpreendendo-me sem sustos. Eu estou palavras. Ando em profundas citações. Coleciono aforismos e gargalho subjugando máximas. Troco de verdade todos os dias. Essa é a de hoje. Eu estou liberdade. Ando em profundo alívio. Experimento sabores e cores. Tenho companhia. Eu estou cumplicidade. Ando em profundo compartilhar. É carinho e seus sinônimos. Eu estou paciência. Ando em profunda espera. Vai passar. Caminho devagar. Estou voltando. Devagar, devagarzinho. Ando tão diminuitivo. Eu estou sentir. Ando emoções. Que se expandem, ganham proporções absurdas e depois se vão. Quase sempre sem saudades. Eu estou diferenças. Ando me desconhecendo. E me reconhecendo, principalmente. Eu estou saudades. É meu termômetro favorito. E eu me sei amor. Eu estou resiliência. Ando resoluções. E faço-me despedida. Assim seja.
sábado, 5 de novembro de 2011
Pra Você que não me ler.
Lá vai. Este é meu primeiro texto pra você. Justo pra você que não me lê. Que acha que eu devo largar essa coisa de poesia e romance, você que acha que isso me faz mal. Você que lê meus cadernos de rascunhos, meus textos brutos. Você com toda essa sinceridade merece a minha sinceridade também. Embora você tenha entendido tudo errado da única vez em que eu disse que te amo. E eu tive que ficar uma semana tentando te convencer que era amor de amigo, que inclusive é o mais puro amor que eu consigo sentir por alguém, aliás, talvez seja o único amor que eu sei sentir.
Escrevo pra você. Pra você que odeia as músicas que eu ouço. Que não gosta dos filmes que eu vejo. Que me obriga a assistir filmes de terror, que me liga de madrugada pra dizer que ganhou no jogo de cartas que acabou de terminar. Pra você que me deixa dormir na cama maior, que sempre me dá os presentes perfeitos, que fez questão de esquecer que eu te fiz sofrer. Você que me liga pra contar que está namorando, justo pra mim que demorei meses pra te contar que estava, mas que te liguei assim que não estava mais. Pra você que me atende na sala de aula, no meio do expediente do trabalho, pra você que diz pra tentar ser feliz, e esquecer o que passou. Pra você que me ouve te ligar chorando, e que sempre me faz rir antes de desligar.
Eu, estou aqui. Te escrevendo, lendo nossa relação pelas minhas palavras. Você que me abraça forte, uma, duas, três vezes seguidas e eu nem preciso dizer porque estava com tanta saudade de um abraço forte. Você que reclama da minha comida, mas tem vindo almoçar comigo toda semana. Você que desconfia que eu te amei desde o começo, e não sabe que eu te detestei quando te conheci. Você que fez comigo um pacto de não nos apaixonarmos e de nunca ficarmos, e você que me fez descumprir o pacto mais idiota que eu fiz na minha vida. Você que me escreve pra saber como está o sol, como foi a viagem, como vai minha procura por trabalho. Você que deixa seu cheiro em meus dedos depois do abraço, que me diz quase toda semana “tudo isso é pra você, admita”, você que eu acho que me ama sem saber, você que eu já achei que amava um dia. É para você que eu escrevo, e eu queria que alguém como você fosse o personagem principal dos meus textos, mas alguém como você não existe. E te escrever é o que posso fazer, este é meu primeiro texto sobre e para você, que não lê o que eu escrevo, mas lê minha alma e meus desejos.
Escrevo pra você. Pra você que odeia as músicas que eu ouço. Que não gosta dos filmes que eu vejo. Que me obriga a assistir filmes de terror, que me liga de madrugada pra dizer que ganhou no jogo de cartas que acabou de terminar. Pra você que me deixa dormir na cama maior, que sempre me dá os presentes perfeitos, que fez questão de esquecer que eu te fiz sofrer. Você que me liga pra contar que está namorando, justo pra mim que demorei meses pra te contar que estava, mas que te liguei assim que não estava mais. Pra você que me atende na sala de aula, no meio do expediente do trabalho, pra você que diz pra tentar ser feliz, e esquecer o que passou. Pra você que me ouve te ligar chorando, e que sempre me faz rir antes de desligar.
Eu, estou aqui. Te escrevendo, lendo nossa relação pelas minhas palavras. Você que me abraça forte, uma, duas, três vezes seguidas e eu nem preciso dizer porque estava com tanta saudade de um abraço forte. Você que reclama da minha comida, mas tem vindo almoçar comigo toda semana. Você que desconfia que eu te amei desde o começo, e não sabe que eu te detestei quando te conheci. Você que fez comigo um pacto de não nos apaixonarmos e de nunca ficarmos, e você que me fez descumprir o pacto mais idiota que eu fiz na minha vida. Você que me escreve pra saber como está o sol, como foi a viagem, como vai minha procura por trabalho. Você que deixa seu cheiro em meus dedos depois do abraço, que me diz quase toda semana “tudo isso é pra você, admita”, você que eu acho que me ama sem saber, você que eu já achei que amava um dia. É para você que eu escrevo, e eu queria que alguém como você fosse o personagem principal dos meus textos, mas alguém como você não existe. E te escrever é o que posso fazer, este é meu primeiro texto sobre e para você, que não lê o que eu escrevo, mas lê minha alma e meus desejos.
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